18.1.11



De repente paro e apercebo-me que viajava longinquamente dentro de quatro paredes de uma biblioteca. 9:40h da manha, umas quantas horas de sono em atraso, coldplay num ouvido; mas é espantoso. Acordar, arranjar, sair e parar num local que no fundo, é reconfortante, com vista para o mar. Aqui cada ruído é meticulosamente audível. De repente paro e apercebo-me que visualizava a vida que acontece à minha volta, com um sorriso ao de leve, que contem uma satisfação gigantesca. Há tanta vida em mim. Sinto tanta vida em mim.
Bom dia.

15.1.11


Bom fim de semana!


Nem tudo é substancialmente concreto, as indefinições perseguem-nos pelas mais estranhas ruas. Os caminhos que seguimos são invisíveis a uns quantos metros, o desconhecido e o mistério que nos cerca é sucinto para já. Aí está a demanda do prazer, um mistério intransigente que gostamos de perfurar. Parte da vontade de vida está nele contida. Atraí-nos, se não o faz devia, faz parte da natureza humana possuir um íman de atracção máxima pelo desconhecido, pelo ainda não desvendado, por vezes cerca-nos de uma magia cintilante e é num desses momentos que mais vivos nos sentimos, o sangue corre nas nossas veias com mais intensidade, o coração bate incessantemente de uma curiosidade quase que fatal. Estou numa dessas ruas em que encontro janelas brancas embaciadas em que quero olhar para dentro, bicos de pés, passar a mão e visualizar o deslumbrante mistério que está contido atrás das cortinas beges, suavemente transparentes. Cada pedra da calceta tem uma história para contar, quero descobri-las a todas, algumas boas outras de desgraças, mas assim é a vida. Uma rua no seu anoitecer, com histórias, gargalhadas ofuscadas em ecos, sem saber de onde vem, pessoas apressadas, outras demoradas, portas que batem pelo atraso das 19:02h, a vida está a encerrar um capítulo nesta rua de amarguras e felicidade. Vou continuar, os cântaros já passam despercebidos a esta hora, que mistério os envolve? Esses vou passar à frente, é tarde e a rua ainda é longa, já cercada de um mistério profundo desvendo pouco mas sinto arrepios na espinha, é incrível as sensações que o mundo provoca em nós. Amanhã vou passar aqui novamente e tentar alcançar um pouco mais desta rua desconhecida.




brilhante.


14.1.11

Ar]vore




Numa sombra esquecida, de uma árvore cansada, estupefacta com os acontecimentos visualizados, eu tomo parte, sento e escuto os ecos da vida, de uma vida platónica. Vida que sonhei, desejei. Mesmo os acontecimentos mais imprecisos eu idealizei. Parto do suposto que tudo são margens de uma mente barafunda e subtilmente metódica, paradoxos, mais uma vez paradoxos. Em cima da pedra que acompanha a vida da árvore, entre ventos e tempestades, nada a corrói nada a destabiliza, apenas balançam os galhos das vontades e acontecimentos imprecisos, observo. Mantém-se robusta a cada rajada, como eu a aprecio, serena e de contagiante satisfação, o mundo parou, a vida proferiu num eco de silêncio desconcertante, onde mesmo o próprio silêncio pode ser devastante, mas não, não me demoveu não me descompôs, tenta outra vez mais tarde e outra vez, mas aviso o sucesso não está nos teus feitos.
Permaneço aqui, enquanto o esboço não finalizar, enquanto os sonhos não fugirem, eu e arvores vertemos histórias projectadas num mundo inatingível. A última coisa que me lembro de ter sonhado foi o quão suave ela passa, um capítulo de vida com valor, garra, emoção. Um capitulo de vida que partilho com a, agora minha, arvore. Trajecto delicioso, enquanto estiver aqui estou bem, estou no meu auge. Até um dia destes, vida cruel, para já estou a sonhar .